sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Odores

Se tem uma coisa que eu não gosto muito aqui na Europa é o comportamento dos fumantes em geral. É incrível como os brasileiros são muito melhor educados no que se refere aos riscos e aos aborrecimentos causados pelo cigarro, especialmente para as pessoas em volta do fumante.

Aqui, o que me desagrada mais não é nem a quantidade excessiva de fumantes, mas o desrespeito desses com relação aos não-fumantes. Fumar em restaurantes, bares, trens, e discotecas é um desrespeito profundo com as outras pessoas e os trabalhadores desses locais. Fumar, para mim que não fumo, é tão vergonhoso e desrespeitoso quanto peidar. Na verdade fumar é pior pois, até onde eu sei, peido não é cancerígeno.

Mas, aos poucos, finalmente as coisas começam a mudar e alguns lugares já possuem leis que impedem os fumantes de fumar em lugares públicos fechados. Engraçada foi a notícia que eu li no jornal hoje sobre os problemas secundários inesperados que este tipo de proibição causa. Aparentemente, a ausência da fumaça do cigarro agora permite que as pessoas sintam o quase insuportável odor de transpiração em discotecas e bares.

Para quem entende Francês, aqui está a notícia.




Visite também meu outro blog: Short Cuts.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

É fantástico!

Para quem é brasileiro e mora no exterior, é difícil acompanhar o que se passa na nossa terra natal. Ainda bem que existem aplicações como o YouTube que permitem que a gente fique por dentro do que está acontecendo em solo brasileiro. Hoje, por exemplo, soube que a onda agora no Brasil é levitar.

Comecei com o vídeo do grande levitador Augusto Soares que foi mostrado até no charges.com.br:



No final do vídeo apareceu para mim um link para uma reportagem completa do Fantástico a respeito do assunto. É I-M-P-R-E-S-S-I-O-N-A-N-T-E...



... como as reportagens do Fantástico continuam a mesma porcaria.

Fantástico mesmo é ver como a Glória Maria não envelhece. Fisicamente, ela está praticamente a mesma coisa do que quando entrevistou o Freddy Mercury em 1985.



Agora, o difícil nessa história toda é dizer quem parece mais ridículo nesses vídeos.

  1. Augusto Soares, o levitador de cachaça
  2. Cid Moreira, o aprendiz de Padre Quevedo
  3. Glória Maria, a repórter samambaia

Deixo a decisão para os leitores tomarem.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Ainda o Marlim

Para quem ficou curioso com o destino do pobre Marlim Azul que morreu ao ser socorrido por pescadores após uma colisão com um banhista (último post), eis o restante da história segundo uma reportagem no G1:

[A família do banhista] preparou uma refeição com o peixe. “Não quis nem ver de perto. Eu gosto de peixes, mas este não quero ver. Nunca mais”, disse [o banhista].


Acho que ele pode ficar tranqüilo. Agora ele só verá parte do peixe se algum membro da família esquecer de puxar a cordinha na saída do banheiro.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Notícias

Vocês viram a notícia do cara que teve um Marlim Azul cravado no joelho?

http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL285446-5598,00.html

Impressionante o azar do cidadão que colidiu com um peixe de alto mar na orla.

Mais impressionante ainda foi o fato inesperado relatado na última frase frase da reportagem:
  • "Retirado do mar ainda com vida, o peixe morreu."

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Cala a boca, Marta!

Interessante essa reportagem que eu li hoje:

Brasil pelo menos não tem terrorismo, diz Marta em Madri

Alguns trechos interessantes com frases pronunciadas pela ministra do turismo:

  • "O Brasil pelo menos não tem terrorismo. Aqui tem terrorismo, cataclismos. Um brasileiro morreu no metrô de Londres."

Uh!!! O Brasil não tem terrorismo, mas os números da violência são piores do que alguns países em gerra civil.

  • "Mas a violência pode acontecer em qualquer lugar. Você caminha pelas ruas do mundo inteiro e pode ser assaltado", completou a ministra. "

Sim, a possibilidade sempre existe, o que muda é a PROBABILIDADE. Mas ela é sexóloga, não matemática. Não posso esperar que ela saiba a diferença.

  • Marta sugeriu ainda que o caos aéreo deixou de ser um problema ao afirmar que a "dificuldade, que durou quatro meses, já acabou"

Sim, o Papai Noel e o Coelhinho da Páscoa ajudaram a resolver o problema definitivamente.

  • Segundo a ministra, "os europeus podem criar muitos monumentos, mas lugares de beleza natural como Foz do Iguaçu, ninguém pode inventar".

A Europa não só tem inúmeras belezas naturais (particularmente, acho os Alpes infinitamente mais bonitos que as cataratas do Iguaçu), como eles sabem preservar e explorar o que tem. Lugares de beleza natural como as Sete Quedas, realmente ninguém pode inventar, mas se pode facilmente destruir.

Mas eu gosto da Marta. Ela me faz rir.

[Nada contra o Brasil, que realmente possui inúmeras maravilhas naturais. Só não concordo com a freqüente atitude dos políticos, mentindo, escondendo problemas, e tapando o sol com a peneira.]

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Histórias

Um amigo escreveu esses tempos que eu estava começando a colher os frutos dos meus quase 30 anos. Pois então, nada é mais normal para alguém de idade do que relembrar histórias da sua juventude.

Quando eu ainda morava na cidade de Rio Grande, no extremo sul to Brasil, costumava passar as férias de verão no balneário do Cassino, no mesmo município. O Cassino era o palco de numerosos casos durante o verão, especialmente durante a noite. A história que eu vou contar hoje se passou no final do século passado, em algum verão entre os anos de 1995 e 1998. Nessa época, um dos personagens mais famosos do Cassino era o Faquir, que fazia pequenas apresentações em espaços públicos com números de engolimento de facas de cozinha, auto-flagelamento com pequenos pedaços de vidros, e repouso sobre pedaços de vidros e facas com pessoas em pé sobre si. Os truques não eram, digamos, dignos de uma apresentação no Cirque du Soleil, mas divertiam o povo.

Entretanto, nesse dia em questão, o Faquir não contava ter na sua platéia um personagem um pouco fora do comum, que eu aqui chamarei de Seu Zé (imagine aqui um Seu Zé com uns 50-60 anos). Durante o número de engolimento de facas, Seu Zé reclamou que o faquir deveria enfiar a faca um pouco mais na garganta, pois aquilo ali não era muito convincente. O faquir apenas ignorou o pedido. Enquanto o faquir preparava o seu colchão de cacos de vidro e facas de cozinha, Seu Zé insistia que as facas deveriam ser colocadas não apenas com o fio para cima, como de costume, mas com as pontas para cima. Seu Zé chegou ao ponto de ir ele mesmo arrumar as facas com a ponta para cima no meio dos pedaços de vidro, apenas para ver o faquir rearranjá-las, colocando-as deitadas e apenas com o fio para cima. Na hora de escolher as pessoas que iriam subir sobre o seu corpo enquanto estivesse deitado sobre os vidros e facas, Seu Zé foi o primeiro a levantar a mão. Nesse momento todos perceberam as más intenções do indivíduo e o faquir não conseguiu mais se controlar e falou com uma expressão brava ao mesmo tempo que assustada:

- PERAÍ, TU NÃO, QUI TU TÁ É AFIM DI MI MATÁ!!!!

Eu nunca mais consegui esquecer a expressão do faquir nesse dia.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Ombro

Se existe uma coisa que eu fiz regularmente durante esses últimos anos foram atividades físicas. Em 2005 eu comecei a correr e ir à academia com freqüência. Em um certo momento, eu corria 5Km duas vezes por semana, 10Km uma vez, e ia à academia 5 vezes. Isso em paralelo com uma dieta rigorosa, baixa em carboidratos e rica em fibras e proteína. Nessa época eu fazia 10Km em menos de 45 minutos.

Mas a coisa toda começou a degenerar no ano passado. Um problema no joelho em Maio/Junho me fez trocar as corridas por fisioterapia. A regularidade com a academia eu mantive até Agosto, quando uma série de viagens e a necessidade de terminar a minha tese de doutorado me fez parar com toda e qualquer atividade física. Só não engordei (muito) por conta da dieta balanceada, que eu consegui manter até Dezembro. Infelizmente não deu para manter a dieta em Guadalupe (Caribe) e em Paris, lugares onde passei a maior parte do mês de Dezembro, comendo e bebendo fora praticamente todo dia.

Obviamente também não deu para voltar à dieta antes do ano novo, e a minha defesa no dia 11 de Janeiro tomou todo o meu tempo até o seu acontecimento. Tudo deu certo e, na semana passada, eu finalmente consegui começar a colocar a minha vida em ordem. Então, você deve estar se perguntando:

- Mas o que o ombro (título do post) tem a ver com tudo isso?

Acontece que agora o meu ombro está f*d!d* por causa de meia dúzia de apoios que eu resolvi fazer hoje. P#$#@, e como dói!